O operário alcoólatra que virou santo

Matt Talbot nasceu na pobreza e começou a trabalhar como operário em Dublín, Irlanda, sendo ainda um menino. Não teve acesso a nenhum tipo de instrução. O ambiente familiar era dominado pelo vicio de beber do pai e alguns de seus irmãos. A mãe era uma fervorosa católica, que sofria em ver o estado de sua família.

Aos 12 anos começa a trabalhar em um local onde eram engarrrafadas cervejas. Aí começa o vício do álcool. Aos 16 anos era um alcoólatra crônico, que tinha como único prazer beber. Ao mesmo tempo, começou a se afastar de toda a prática religiosa. A mãe e uma das irmãs jamais o abandonaram, acreditavam que um dia Deus operaria um milagre em sua vida.

O pai na tentativa de afastá-lo do vício da cerveja, o levou para trabalhar junto com ele nas docas do porto, onde, entre outras coisas, se ocupava com a importação diferentes bebidas alcóolicas. Foi o mesmo que cair na panela do diabo, pois da cerveja passou para as bebidas fortes.

Quantas vezes entrava em casa sem os sapatos, porque os havia trocado por uma garrafa de bebida. Quando despertava de sua bebedeira sentia uma profunda vergonha ante Deus. Mas cada vez que chegava o dia do pagamento, ao ver-se com dinheiro, não tinha a força de vontade e sucumbia em tentação. Seu alcoolismo chegou a ser crônico. Vendeu tudo o que tinha para sustentar o seu vício.

Repentinamente, quando já havia completado 28 anos, e já se notavam os sinais inconfundíveis da sua dependência ao álcool, tomou a decisão de abandonar o vício. Neste dia, jogou pela janela um copo com bebida e jurou nunca mais beber. Ninguém jamais soube os motivos desta sua inesperada transformação. Certamente não foi um mero cansaço ou repugnância, nem o medo da dependência física, mas uma ação profunda da graça de Deus.

O dia de sua libertação da escravidão do vício do álcool ficou guardado para sempre em sua memória. Vestiu a sua melhor roupa, e se dirige ao Colégio de Santa Cruz, onde pede para falar com um padre. Faz uma confissão. O sacerdote o aconselha a fazer o seu voto por três meses. No dia seguinte participa da missa, comunga e sai renovado pela presença de Jesus. Matt reconhece na comunhão diária o meio para receber a força espiritual para manter a decisão de não mais beber.

O momento mais difícil para manter a sobriedade é a tarde, depois do trabalho. Para evitar a tentação, realiza passeios pela cidade. Não obstante, um dia entra em um bar cheio clientes. O garçom parece ignorar Matt, sentindo-se ofendido por essa desatenção, sai a toda pressa da sala, decidido a não pôr nunca mais os pés em um bar.

Matt se dá conta de outra dificuldade: o álcool debilitou sua saúde e se cansa nos passeios para evitar a tentação dos bares. Passa então também a entrar em uma igreja e, de joelhos ante do sacrário, fica a rezar, suplicando a Deus que o fortaleça. Desse modo adquire o costume de freqüentar a casa de Deus, e visitar Jesus Sacramentado.

Os três meses parecem intermináveis, pois as conseqüências da falta de álcool (alucinações, depressão e náuseas) tornam esse tempo um verdadeiro calvário. Em alguns momentos, a antiga dependência torna-se violenta, como se fosse impossível resistir ao desejo de beber novamente. Usa como remédio lutar desesperadamente, prolongando suas orações. Um dia, voltando para casa desanimado, diz com tristeza a sua mãe: «É inútil, mamãe, quando se cumprirem os três meses voltarei a beber…». Ela como era uma mulher profundamente religiosa o conforta e anima a continuar rezando. Ele segue o conselho ao pé da letra, toma gosto pela oração e encontra nela sua salvação.

Efetivamente, a oração ajuda a que saiamos de situações humanamente desesperadas. Para Deus tudo é possível (Mt 19, 26). São Alfonso María do Ligorio, doutor da Igreja, afirma: «A graça de orar se concede a todo mundo, de sorte que se alguém se perde carece de desculpa… Orem, orem, orem, e não abandonem nunca a oração, pois quem ora se salva certamente, quem não ora se condena certamente» (cf. CEC, 2744).

Cumpridos os três meses, surpreso de ter «agüentado o gole», Matt renova seu voto por seis meses mais, ao término dos quais se comprometerá para sempre a não beber mais álcool. A oração da mãe e da irmã alcançou a graça implorada. A mudança foi total na vida de Matt, não se libertou somente do vício terrível do álcool, mas foi renovado em sua fé, voltando para Deus e a Igreja com entusiasmo.

Pouco a pouco aprende a escrever para conhecer a doutrina cristã e ler os livros da vida dos grandes santos para poder crescer no seu amor a Deus. O sorriso nos lábios e a sua humildade o transformaram em um apóstolo no meio dos outros operários. Pelo seu exemplo de vida ajudou muitos colegas a saírem do vício e também a voltarem para a prática da religião.

As armas para se manter firme na nova vida de filho de Deus foram durante a vida inteira a Eucaristia diária, oração intensa, leitura espiritual, devoção mariana e dedicação ao trabalho. Sua jornada começava às duas da madrugada. De joelhos rezava até que os sinos chamavam para a missa; depois ia para trabalho e chegava entre os primeiros. Apesar de ganhar pouco ainda compartilhava com os mais pobres. Durante muitas noites cuidava algum amigo doente.

Obteve a vitória. Viveu por 40 anos em completa sobriedade em união com Cristo até sua morte. Ele viveu intensamente a palavra do Senhor: “… o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam.” (Mt. 11,12). Mas não se esqueceu dos que sofrem este terrível vício. “Nunca despreze a um homem que não pode deixar de beber”, disse a sua irmã em uma ocasião, “é mas fácil sair do inferno”.

Matt Talbot é um modelo para todos os homens. Em um tempo em que não existiam comunidades de recuperação ou terapêuticas, ele somente com a força da fé foi capaz de vencer o vício. Às vítimas do alcoolismo ou da dependência de drogas, como também qualquer outro problema, demonstra com seu exemplo que, com a graça de Deus, é possível se libertar de qualquer escravidão.

Fonte: Livro ELES ENCONTRARAM A FELICIDADE, E VOCÊ?   

Via: Padre Alberto Gambarini

Ou se É o que se É, ou não há o que Ser

Li hoje no facebook algo curiosíssimo: “‎ninguém é tão feio como na identidade, tão bonito como no Orkut, tão feliz quanto no Facebook, tão simpático como no Twitter, tão ausente como no skype, tão ocupado como no MSN e nem tão bom quanto no Curriculum Vitae”. Silvia Souza.

Queria lhe fazer uma perguntar: você entende algo sobre falsificação? Se visse um Van Gogh, poderia afirmar: parece; mas não é! E uma bolsa Luiz Viton? Teria condições de dizer se é original ou falsa? Um Rolex? É verdadeiro ou paraguaio?

A falsificação já foi considerada uma arte. É bem verdade que era utilizada por ladrões, mas, ainda assim, tornava-se imperativo reconhecer o talento do criminoso. Hoje a falsificação é uma indústria que gera perdas na economia mundial da ordem de 800 bilhões de dólares. Só no Brasil, somando-se apenas as indústrias fonográfica, cinematográfica e de programas de computador, a cifra chega a um bilhão de dólares anuais.

Por outro lado, a falsificação não está restrita aos bens de consumo. Já dizia Justiniano que ela “nada mais é do que a imitação da verdade”. Nos dias em que vivemos, é comum encontrá-la não só em coisas, mas, sobretudo, nas pessoas. E é este tipo de símile da realidade que é extremamente danosa, pois nada mais é do que uma adulteração, cada vez mais comum, de valores e conteúdos que deveriam construir o ser e que, invariavelmente, revelariam não só quem nós somos, mas, sobretudo, como e baseados em que vivemos.

Fato é que a sociedade contemporânea esta calcada sob a cultura da imagem: gente mais preocupada em parecer ser do que em ser de verdade. Kierkegaard com propriedade afirmou que “a vida é um baile de máscaras”, e essas máscaras tornam-se “escudos” atrás dos quais almas se escondem de si mesmas, e não apenas faces. Hoje, ser socialmente aceito ou parecer politicamente correto pode, em muitas situações, exigir de nós posicionamentos que, na verdade, abominamos ou rechaçamos. Todavia, para ficarmos bem na foto…

Mas o pior tipo de estelionato, convenhamos, é aquele ligado ao ser religioso. Sobre isto, bem conceituou Nietzsche: “o disfarce sob o manto da religião e da transfiguração através da moral são metamorfoses da escravatura”. Foi por isso que João escreveu que, conhecer a verdade liberta, mas, digo eu, se amasiar com a religião, escraviza.

Creia-me, não há coisa mais danosa a alma humana do que alguém que se tornou um simulacro eclesiástico, que abraçou uma espiritualidade performática, que pincelou um verniz de santidade na consciência, que viciou-se na hermenêutica que exuma letras mortas, mas recusa-se a trazer a vida a palavra que liberta, alguém que tem no olhar a impregnação do juízo e nas atitudes o proceder calcado na intolerância.

A figueira sem fruto, do texto de Marcos, bem nos revela este cenário. Ela nada mais era do que um arquétipo que apontava para o que acontecia com o povo de Israel. Era a religião das folhagens, das aparências, dos ritos, dos mitos, mas onde não se encontravam frutos. Jesus discerniu naquela geração o embuste, a mentira, a falsidade, o culto a aparência, o disfarce tentando travestir-se de verdade. Por isso a árvore foi amaldiçoada, pois para Deus ou se é o que se é ou não se é coisa alguma. O ser só torna-se ser quando se assume como verdade-existente. Evadir-se disto é tornar-se não-ser.

Isto me fez lembrar da belíssima passagem do livro “Todos os Homens são Mentirosos”, de Alberto Manguel quando afirma: “nenhum rosto era verdadeiro, todos dissimulavam algo, cada qual mentia quase por hábito, era uma mascarazinha que refletia a máscara da cidade inteira, uma cidade que pretendia não ser o que era…”. Sei que não tem qualquer correlação, mas aí está um retrato do que era Jerusalém nos dias do Galileu… Por isso a figueira secou e, com ela, toda aquela geração de falsários e embusteiros.

Eu já fui figueira
Travestido de folhagens, mas sem frutos
Invertendo as estações da existência
Ocultando minha nudez outonal com atitudes performáticas
com exuberância desprovida de fruto
Amargava existir para fora
Sem poder ser exatamente eu mesmo
Eu… Nu… e em Cristo
Mas Deus reverteu a morte gerada pela falsificação

Caio Fábio.

Como é difícil, mas desejo ardentemente fugir da falsificação. Tenho pavor da dissimulação, da representação, da mediocridade, dos que não são e nunca serão, pois existem como desmonte existencial, estão travestidos com as vestes da mentira, habitados por um espírito falsário, seu interior é como labirinto de trevas, masmorra que perpassa medo e solidão.

Se pudesse pedir algo a Deus, de todo o coração, gostaria de terminar os meus dias expressando o que disse o Luiz Fernando Veríssimo “eu sou hoje a melhor versão de mim mesmo”. E isso afirmaria na certeza de não ter tido qualquer mérito na construção de nada, em absoluto, mas a clareza de que tudo se fez em mim pelo poder da cruz e pela misericórdia que se derramou como orvalho em meu ser através da preciosa e incomparável graça de Deus.

Fonte: Carlos Moreira via Genizah

Deus tem suas razões

Normalmente não questiono o Senhor nas coisas que passo. Procuro esperar a poeira baixar para no fim entender tudo que Ele queria me ensinar. Mas existem coisas que nos obrigam a questioná-lo. Não no sentido de colocá-lo na parede ou de ser rebelde, mas de querer respostas diante de tantos acontecimentos. De querer entender a vontade de Deus em tudo aquilo.

O profeta Jeremias tinha o hábito de indagar a Deus diante de suas lutas. E o mais interessante era que o Senhor nem sempre lhe respondia imediatamente, e mesmo assim Jeremias seguia obedecendo, mesmo sem entender.

Obedecer mesmo sem entender é confiar! É me lançar nos braços de DEUS porque tenho certeza que ele não me deixará cair. Crer é entender, confiar é entender e agir. Quando confiamos agimos, nos mostramos, nos lançamos sem medo!

E diante de algumas situações dei uma de Jeremias, indaguei ao Senhor por algumas coisas rs. Coisas que eu na minha ignorância, no tempo de hoje, não posso entender sozinha. Perguntei e ele me respondeu, e me respondeu através da história de Oséias.

Oséias foi um profeta de Deus, um homem que renunciou a sua vida por amor a Deus. O profeta sempre está pronto pra dizer o que Deus quer, e não o que as pessoas querem ouvir. Então um dia Deus o avisou que ele se casaria. Oséias deve ter ficado feliz, afinal não é bom viver só. Mas o que ele não esperava era que Deus já tinha a esposa. Deus o mandou entrar em um prostíbulo e tomar para si a pior das prostituas.

Eu fico imaginado o que passou na cabeça de Oséias… Senhor, eu sou um profeta, como poderei me casar com uma prostituta? Mas como todo servo,obedeceu. Imaginou que mais tarde ela se converteria mas Deus falou pra ele que isso não iria acontecer. E ainda acrescentou: Ande com ela de manhã pela cidade, com ela e seus “supostos filhos”, e de noite deixe ela voltar ao prostíbulo.

Agora seja sincero, dá pra entender uma coisa dessas?? O que Deus poderia querer com isso tudo?

Deus queria dar exemplos.

Ele disse: Oséias profetiza a este povo o que sua mulher faz contigo.

Pela manhã andam de braços dados comigo pela cidade, e de noite me abandonam, pecam contra mim!

Ou seja, para Oséias profetizar, Deus o fez viver aquela situação. Ouvi uma pregação em que o Pastor disse: Profeta que é profeta, tem que sentir na pele a dor que Deus sente.

E se formos analisar nos dias de hoje, sempre quando falamos de algo que já passamos o fazemos com propriedade, porque já sabemos o caminho das pedras.

E olhando para Oséias tive algumas respostas. Assim como Oséias, nós somos servos de Deus. Estamos a sua disposição para que ele nos use do jeito que bem entender. Então muitas vezes somos colocados em situações onde Deus quer e precisa nos usar, mas a situação nem sempre será à nosso favor naquele momento. Algumas vezes seremos atingidos, machucados, porém seremos usados por Deus. E isso é o que importa. Que ele cresça e eu diminua.

Jesus sofreu a cruz para que a vontade de Deus fosse feita. Paulo sofreu muitas coisas para que a vontade de Deus fosse feita. E por que nós não iríamos sofrer algumas coisas para que a vontade de Deus fosse feita??? As vezes somos surpreendidos, entristecidos, enganados, maltratados… Mas em todas essas coisas o mais importante está acontecendo, a vontade de Deus está sendo feita através de nós!

E eu quero te encorajar a se alegrar com as suas lutas e com seus desertos, assim como Paulo que sabia estar contente, feliz em suas lutas e tribulações.

Alegrei-me, sobremaneira, no Senhor porque, agora, uma vez mais, renovastes a meu favor o vosso cuidado; o qual também já tínheis antes, mas vos faltava oportunidade. Digo isto, não por causa da pobreza, porque aprendi a viver contente em toda e qualquer situação. Tanto sei estar humilhado como também ser honrado; de tudo e em todas as circunstâncias, já tenho experiência, tanto de fartura como de fome; assim de abundância como de escassez; tudo posso naquele que me fortalece. Fil 4:10-13

Muitas pessoas usam esse “Tudo posso naquele que me fortalece” como se fosse um super homem cristão, afinal de contas, Deus faz milagres.

Eu não duvido que DEUS faça milagres, porém quando Paulo diz que Tudo pode, está dizendo que tudo pode suportar por amor a Deus. E ainda passa a luta contente, em paz, sabendo que Deus sabe de todas as coisas e está lá de cima manipulando tudo afim de nos fazer bem!

Que o Espírito Santo possa nos convencer, a confiar em Deus e na sua vontade desta forma. Não se entristeça com as lutas e pelos desertos… fique feliz por Deus estar te usando para que a vontade dele seja estabelecida.

Obedecer é a melhor forma de provar que confiamos!

Texto da Natália do blog Bom dia Pai

Sinal do Reino

Nesse mês de Dezembro faz oito anos que me converti!! E olhando para trás eu não tenho palavras para agradecer tudo o que Deus já fez em minha vida, a cada dia vejo o cuidado dEle sobre mim e o Seu amor, seja através das pessoas ao meu redor, das oportunidades que aparecem, enfim de tudo o que tem me acontecido e até mesmo que me aconteceu antes da minha conversão. Diante de todas essas lembranças que eu tive ao pensar nesse oito anos, me lembrei do inicio da minha conversão e hoje vou dividir com vocês algumas coisas.

Sempre fui freqüentadora de igreja, da católica por parte da família da minha mãe, aonde fui batizada, fiz primeira comunhão e depois crisma, mas sem nunca levar as coisas muito a sério, e por parte do meu pai sempre ia a igreja evangélica, quando eu era pequena meu irmão teve uma doença grave e foi nessa época que meu pai se converteu, e então nos finais de semana que eu estava com ele (meu pai e minha mãe são separados) eu sempre ia a escolinha da igreja e depois passei a ir ao grupo dos pré adolescentes. Porém daquele jeito também, só levava a sério a igreja quando eu estava devidamente dentro dela depois de uma guerra pra eu acordar no domingo de manhã rs.

Porém, quando eu estava com uns quinze anos meu pai me convidou para ir a um casamento (num sítio e a noiva tinha uns dezenove anos… Familiar a história não? rs), nessa época eu não estava muito amiga dele por que eu queria sair à noite e ele não deixava, eu queria por piercings e fazer tatuagens e ele não deixava, enfim eu queria e ele não deixava… Eu achava ele um chato e o relacionamento ia a trancos e barrancos, mas como no fundo do coração daquela menina chata tinha uma menina romântica eu acabei indo, e através da ida àquele casamento mais coisas do que eu poderia imaginar mudaram em minha vida. (não, eu não conheci o Lucas rs)

Lá eu acabei fazendo amizade com uma menina maravilhosa, que em nenhuma de suas palavras tentou me converter, mas que em todas as suas palavras me mostrou que a vida que ela estava vivendo valia mais a pena do que a minha, por que enquanto eu estava “correndo atrás do vento” (Eclesiastes 2:11) ela “estava juntando o seu tesouro no céu” (Mateus 6:20).

Ufa! Esse foi um trechinho da minha conversão, mas onde eu quero chegar?

Bom… Pra chegar no ponto que eu quero vou contar ter que contar só mais um pouquinho da minha história!

Na igreja que me converti as pessoas adoravam usar esse versículo:

“Como é feliz aquele que não segue o conselho dos ímpios, não imita a conduta dos pecadores, nem se assenta na roda dos zombadores!” Salmos 1:1

E meio que por causa disso e da lavagem cerebral que faziam através dele eu acabei me afastando de muitos amigos que eu tinha e acabei tirando da minha vida alguns costumes que eu tinha também só por que eles “eram do mundo” ( e nem eram tanto assim rs).

Mas ao longo da minha caminhada eu fui percebendo que muitas coisas do que eu ouvia não condiziam de fato com o que a Bíblia me dizia e cheguei a conclusão que se a menina que foi muito usada durante a minha conversão pensasse assim também talvez hoje eu não estivesse aqui escrevendo este post! (profuuundo rs). Pois este versículo acima nos alerta para não imitarmos a conduta dos que estão longe do Senhor e agirmos como eles e sobre isso tem um versículo que pode explicar melhor do que eu:

“Ouvindo isso, Jesus disse: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes.
Vão aprender o que significa isto: ‘Desejo misericórdia, não sacrifícios’. Pois eu não vim chamar justos, mas pecadores”. Mateus 9:12-13

Porém, o mais incrível é que esse pensamento não existia na igreja até oito anos atrás, ainda hoje eu vejo muita gente pensando assim! Vejo muito crentes que vivem praticamente em uma bolha, menosprezando totalmente o que Paulo diz em 1 Coríntios 9:19-23:

“Porque, embora seja livre de todos, fiz-me escravo de todos, para ganhar o maior número possível de pessoas.
Tornei-me judeu para os judeus, a fim de ganhar os judeus. Para os que estão debaixo da lei, tornei-me como se estivesse sujeito à lei, ( embora eu mesmo não esteja debaixo da lei ), a fim de ganhar os que estão debaixo da lei.
Para os que estão sem lei, tornei-me como sem lei ( embora não esteja livre da lei de Deus, mas sim sob a lei de Cristo ), a fim de ganhar os que não têm a lei.
Para com os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns.
Faço tudo isso por causa do evangelho, para ser co-participante dele.”

Com isso aonde eu quero chegar? Que…

“…Ninguém acende uma candeia e a coloca debaixo de uma vasilha. Pelo contrário, coloca-a no lugar apropriado, e assim ilumina a todos os que estão na casa.” (Mateus 5:15)

E é isso que Deus quer fazer em nossas vidas, Ele quer que sejamos sal da terra e luz do mundo, Ele quer que sejamos SINAL DO REINO por onde a gente passar. Porém se ficarmos numa bolha e ficarmos com medo ( que nos é colocado pela religiosidade legalista ) de cairmos, de nos afastarmos de Deus e etc por não estarmos só no meio “dos irmãos” dificilmente conseguiremos cumprir esse querer de Deus para nós.

Com carinho

Que Deus abençoe

Júlia

Bruta falta de sacanagem

Nota: Só pra constar, nesse post vou falar sobre palavrão, então se eu escrever algum será um exemplo meramente ilustrativo rs,  por favor não se ofenda ou se escandalize hehe, mas se mesmo assim você não se sentir confortável … leia os outros textos do blog, mas não nos abandone rs.

calvinEstava lembrando esses dias que nessa última copa o Kaká errou um gol no finalzinho do primeiro tempo e por alguma “coincidência cósmica” a câmera fechou na cara dele bem na hora que ele solta um sonoro “p*** que o pariu”, não deu pra ouvir é claro, mas deu pra ler os lábios claramente e sem esforço rs. Pronto, o comentário do intervalo do jogo foi só sobre o palavrão do Kaká, falar de futebol? Melhores lances? Expectativas? Pra quê??? Um crente falou um palavrão é muito mais importante falar disso no intervalo do jogo, né não?.

Lembrei de uma vez quando era adolescente, uma senhora da igreja veio me falar que eu não podia ficar falando em gírias porque era pecado rs, na hora esbocei um belo sorriso sarcástico e no meu cérebro guardei essa cena na caixinha “coisas que merecem um ‘ah vá!’”. Ok, gírias não tem cabimento alguém falar que é pecado, mas e palavrão? Por que todo mundo fica tão chocado quando um cristão solta um palavrão mesmo sem querer?

A primeira coisa que me vem a cabeça é que foi colocado na cabeça de todo mundo que “palavrão” é errado e pronto, logo um cristão que deveria ser exemplo de “certinho” não poderia nunca falar um palavrão (ponto de vista de quem ta de fora da igreja é: eu que já sou errado num tem problema mas o crente ali .. ai dele se falar palavrão). Velha máxima entra em ação, texto fora de contexto vira pretexto, vamos ter que pensar um pouco antes de atirar pedras.

Não existe na Bíblia uma lista de palavras que não podem ser utilizadas pelas pessoas, num ia dar certo, se não pudessem ser utilizadas não poderiam ser escritas rs. Mas na cabeça das pessoas existe essa lista que deveria ser evitada e se um crente usa é o pior escândalo do mundo. Mas sinceramente? Qual é a diferença real entre “p*** falta de sacanagem” e “bruta falta de sacanagem”? Qual seria a diferença entre “quer me fu***? Me beija” e “quer coabitar comigo? Me beija” rs rs. Ah já sei, coabitar está na Bíblia então não é palavrão. Então eu poderia chamar alguém de filho de uma meretriz?

O que a Bíblia diz?

“Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês, mas apenas a que for útil para edificar os outros, conforme a necessidade, para que conceda graça aos que a ouvem.” (Efésios 4:29)

Palavra torpe é toda palavra que revela um caráter vil e indecoroso, na boa? Não tem diferença nenhuma em chamar alguém de filho da p*** ou de filho do diabo, o sentimento é o mesmo. Fazer fofoca e ficar falando que aquele menina que acabou de se converter é uma indecente não edifica ninguém, não concede graça e revela um caráter vil. Falar algo desse tipo escondendo a intenção por trás de orgulho e hipocrisia é bem pior que um “vai se fu*** ” em um momento de raiva, seguido de arrependimento.

Mas imagine a cena, você acorda no meio da madrugada fria pra ir no banheiro levanta da cama e da aquela topada na quina da cama com o dedinho ….. você respira fundo, aquela lágrima escorre pelo canto do olho e você finalmente solta … “ah que traquinas você hein?”. Soltar um palavrão nessa hora num ofende ninguém, pode até ser falta de educação, mas pecado não é.

Ah já sei, você vai me dizer que fala “Ai Jesus” … bom também está escrito:

“Não tomarás em vão o nome do Senhor, o teu Deus, pois o Senhor não deixará impune quem usar o seu nome em vão.” (Deuteronômio 5:11)

Tem gente que usa o nome de Deus até quando o lanche do Mc Donald’s atrasa, por que os legalistas não se escandalizam com isso? Isso deveria ser mais escandaloso do que o uso do palavrão.

O amor deve ser o árbitro do que você fala, se o que você diz transmite ódio não importa quais palavras foram usadas, importa o intuito da mensagem.

Que Deus abençoe
Lucas Lainetti