Eu não evangelizo!

Se evangelizar é encontrar uma pessoa na rua e com toda cara de pau dizer “Jesus te ama” e dar as costas, eu não evangelizo.

Se evangelizar é tocar hino nas praças e ir para casa se achando o máximo, eu não evangelizo.

Se evangelizar é ir numa marcha para fazer propaganda de igreja e cantores, eu não evangelizo.

Se evangelizar servir para arrastar pessoas para igreja quando tem festinhas com comida e montar esquemas para ela se sentir bem-vinda somente naquele momento, eu não evangelizo.

Se evangelizar é entregar folhetos que serão jogados no chão e criará mais sujeira nas ruas, eu não evangelizo.
Se evangelizar é pregar com base para embutir culpa nas pessoas bombardeando-as com idéias de pecado e conseqüentemente o inferno para os maus e céu para os bons, eu não evangelizo.
Se evangelizar é convencer as pessoas a se protegerem do mundo dentro de uma igreja que acaba se tornando um bunker contra toda guerra espiritual e ofensivas do diabo, eu não evangelizo.
Se evangelizar é sistematizar o Evangelho, eu não evangelizo.

Agora se evangelizar é caminhar junto, estar presente na vida das pessoas, ser ombro amigo, chorar e rir em vários momentos, então eu creio que eu evangelizo.
Afinal entendo que o maior evangelismo de Cristo, foi estar ao lado, foi comer junto e presenciar toda a aflição e alegria do teu próximo.
Creio que evangelizar é sinônimo de relacionamento. O verdadeiro evangelho não é feito de seguidores e sim de amigos.

Portanto, se evangelizar é partilhar o pão nosso de cada dia, eu evangelizo.

Fonte: Lion of Zion

O beijo do Todo-Poderoso

Toda história da revelação é a da conversão progressiva de um Deus visto como Deus de poder a um Deus adorado como amor. E dizer que Deus é amor é dizer que Deus é todo amor.

Tudo está neste “É TODO”. Eu os convido a passar pelo fogo da negação, pois só além dele é que a verdade realmente se destaca. Deus é Todo-poderoso? Não. Deus é todo Amor, não me venham dizer que ele é Todo-poderoso. Deus é infinito? Não, Deus é todo Amor, não me falem de outra coisa. Deus é sábio? Não. Eis o que chamo atravessar o fogo da negação: é absolutamente necessário passar por isso. A todas perguntas a mim dirigidas, responderei: não! não! Deus é todo Amor.

Dizer que Deus é Todo-poderoso é propor como pano de fundo um poderio que se pode exercer pela dominação, pela destruição. Há seres suficientemente poderosos para a destruição (vejam Hitler, que matou seis milhões de judeus). Muitos cristãos propõem o Todo-poderoso como pano de fundo e depois acrescentam: Deus é amor, Deus nos ama. Isso é falso! O amor é que é todo-poderoso.Se Deus é Todo-poderoso, ele o é pelo amor, o amor é que é Todo-poderoso.

Às vezes dizemos: “Deus pode tudo!” Não, Deus não pode tudo, Deus só pode o que o amor pode. Pois ele é todo amor. E todas as vezes que saímos da esfera do amor erramos sobre Deus e estamos em vias de fabricar algum tipo de Júpiter.

Espero que vocês captem a diferença fundamental que há entre um todo-poderoso que nos ama e um amor todo-poderoso. Um amor todo-poderoso não só é incapaz de destruir seja o que for, como é capaz de enfrentar a morte.

Em Deus não existe outro poder além do poder do amor, e Jesus nos diz (ele é que nos revela quem é Deus): “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos” (João 15:13). Ele nos revela o poder total do amor ao consentir em morrer por nós. Quando Jesus, no Jardim das Oliveiras, foi flagrado pelos soldados, preso e amarrado, ele mesmo nos disse que poderia ter apelado para legiões de anjos, que o arrebatariam das mãos dos soldados. Absteve-se de fazê-lo, pois nos teria assim revelado um falso Deus, teria revelado um todo-poderoso, ao invés de nos revelar o verdadeiro, aquele que vai até a morte pelos que ama. A morte de Cristo nos revela o que é o poder total de Deus; não um poder de esmagamento, de dominação; não é um poder arbitrário, do qual diríamos: “Que estará ele tramando lá em cima?” Não, ele é todo amor, e esse amor é todo-poderoso.

Reintegro os atributos de Deus (poder absoluto, sabedoria, beleza…), mas esses são atributos do amor. Daí a fórmula que lhes proponho: “O amor não é um atributo de Deus, entre outros, mas os atributos de Deus são os atributos do amor”.

O amor é todo-poderoso.

O amor é sábio.

O amor é belo.

O amor é infinito.

Que é um amor todo-poderoso? É aquele que atinge o ápice do amor. E o poder total do amor é a morte: ir até o ápice do amor é morrer por quem se ama. É igualmente perdoá-lo. Se há entre vocês quem haja passado pela dolorosa experiência de uma rixa em família, ou num grupo de amigos, saberá até que ponto é difícil perdoar verdadeiramente. É preciso um amor rudemente poderoso para perdoar, perdoar realmente. É preciso o poder de amar!

[…]

E podem torcer as coisas como quiserem, mas o amor é dom e uma acolhida. O beijo é um belo símbolo de amor: é ao mesmo tempo sinal de dom e de acolhida. Um beijo não acolhido não é verdadeiramente um beijo. Uma estátua de lábios de mármore não recebe beijos, só lábios vivos. E lábios vivos são os que acolhem e dão ao mesmo tempo. O beijo é um gesto admirável e, exatamente por isso, é preciso não prostitui-lo, não brincar com ele; é preciso preservá-lo como sinal de algo extremamente profundo (e aqui chegamos ao âmago de tudo o que a Igreja pensa em matéria de moral sexual). O beijo é troca de sopros que significa a troca de nossas profundezas; sopro-me em ti, expiro-me em ti, aspiro-te em mim, de tal modo que estou em ti e tu em mim.

Ou seja, descentro-me para que meu próprio centro não mais me pertença; de agora em diante, sejas tu o meu núcleo. A ti é que amo, a ti que és meu centro, vivo para ti e por ti; sei que tu também te descentras, não és mais o centro para ti mesmo, estás centrado em mim. Estou centrado em ti, vivo por ti. Estás centrado em mim, vives por mim e vivemos os dois um pelo outro. Amar é viver para outro (dom) e viver pelo outro (acolhida). Amar é renunciar a viver em si, por si e para si.

Eis o mistério da Trindade: se o amor é acolhida, é necessário que haja diversas pessoas em Deus. Ninguém se dá a si mesmo, nem a si mesmo acolhe. A vida de Deus é essa vida de acolhida e dom. O Pai é movimento para o Filho. Ele não é senão pelo Filho. São realmente os filhos que dão às mulheres a condição de mães; sem eles, não o seriam. Ora, o Pai, sendo paternidade, não o é senão pelo Filho. O Filho é Filho para o Pai e pelo Pai. E o Espírito Santo é o beijo entre eles.

Sendo essa a vida de Deus – de acolhida e dom –, se devo tornar-me o que Deus é, não desejarei ser um ser solitário. Se sou um solitário, não me assemelho a Deus. E se não me assemelho a Deus, a questão de compartilhar eternamente de sua vida não me será proposta. É a isto que se chama pecado: não assemelhar-se a Deus, não tender a tornar-se o que ele é, dom e acolhida.

François Varillon
em Crer para viver

Via: Bacia das Almas

Quando você pensa em Deus, o que vem a sua mente?

Por que estou vivo?

Sempre fiquei me perguntando constantemente porque eu faço determinadas coisas, mesmo aquelas que fazem meu coração disparar e se alegrar ( como jogar futebol ) como aquelas também que eu faço só por fazer, talvez por ser parte de um grande sistema ou talvez por ser uma obrigação da sociedade ou dos meus pais. Por que estudar? Por que trabahar? Por que fazer isso ou aquilo se tanto isso como aquilo não são tão importantes? Como cristão, será que a gente não deveria viver uma vida que só fizesse coisas que realmente importam e são eternas? Coisas duradoras; permanentes, gloriosas?

Boas perguntas.
Sim, eu confesso que realmente pensava que o caminho deveria ser esse de cima. Mas na minha opinião, não é. Porque nada nessa vida é sem sentido quando Deus é levado em conta. E quando Deus é levado em conta tudo recebe um toque diferente.

Vivemos por algo maior, algo mais duradouro, algo mais poderoso, algo mais eterno, a saber, Deus. Essa é razão maior de tudo. Não estamos aqui para trabalhar, não estamos vivos para estudar, não estamos em pé para fazer amigos, não estamos vivos para desfrutar somente da vida. Façamos o que façamos, pensemos o que pensemos, estamos aqui por esse motivo:

“De longe tragam os meus filhos, e dos confins da terra as minhas filhas; [ … ] a quem crie para minha glória…” ( Is 43:6,7).
Estamos aqui para glória de Deus. Em outras palavras, estamos aqui para estudar, trabalhar, viver, fazer amigos, rir, conversar, contar piadas, jantar em família, soltar um pum ( não ri, não, é sério), comer, dançar, cantar, ler C. S. Lewis e tantas outras coisas PARA GLÓRIA DE DEUS. Sim, podemos fazer tudo isso para glória de Deus, porque a palavra mesmo diz: “Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus” ( 1 Co 10:31). Então, por mais sem sentido que uma atividade possa parecer, mesmo assim ela não precisa ser sem propósito, porque sabemos que estamos, no final das contas, fazendo isso ou aquilo para que Deus seja mais glorificado nas nossas vidas e para que as pessoas vejam que existe um Deus verdadeiro e esse Deus é, de fato, glorioso a tal ponto de tornar todas as nossas simpes atividades e afazares e lazeres em algo tão relevante, tão espetacular.

E o melhor de tudo, Deus não está esperando de você total perfeição, Ele espera total dedicação – que siginifica que você deve levar a sério o fato de viver para glória dEle. As vezes, não seremos bons em determinadas coisas, por exemplo nos estudos. Mas todos nós sabemos, de uma forma ou de outra, que o que toca as pessoas de forma mais profunda do que qualquer outra coisa é a humildade de reconhecer que nós não somos tão bons assim e que precisamos nos dedicar mais, nos esforçar mais, além do interresse genuíno nelas. Quando as pessoas percebem esses três elementos ( humildade e esforço e interresse ), ganhamos o espaço para tocar seus corações. Não precisamos ser os melhores alunos, precisamos apenas levar a sério o viver para glória de Deus. Notas máximas não contam tanto como notas boas que foram tiradas mediante trabalho pesado, enquanto não nos esquecíamos das pessoas ao nosso lado e que devemos viver para glória de Deus mediante tudo isso. Porque as vezes, um 8 é o 10 de Deus e um 10 é o 6 de Deus. Já pensou sobre isso? Os fariseus tirariam sempre 10 nas provas, mas Jesus diria sem dúvida alguma que eles estavam tirando notas muito baixas diante de Deus.

Mas a verdade de viver para glória de Deus não é algo fácil, mas não é algo torturante. Se estamos fracos, devemos correr para Deus assim como um celular correria para seu carregador quando visse que sua bateria estava acabando. Mt 11:28 – 30 deixa isso bem claro. Mas também não quero dizer que não há sofrimento e momentos dificeis. Não é nada disso. Há lágrimas e sorrisos, mas nunca desespero e tormento como deixa claro 2 Co 4.

Portanto, uma razão para se viver, a maior de todas elas, é viver para glória de Deus e viver fazendo tudo – trocar pneus, comprar um relógio novo, estudar, viajar, comer uma pão de queijo, tomar um “mate-coro”, ler livros, trabalhar as vezes onde não nos sentimos tão bem – tudo isso deve ser feito para glória de Deus, lembrando sempre que vivendo assim pessoas serão tocadas para conhecer esse Deus glorioso que dá propósito a tudo.

Concluo dizendo o seguinte: nada é sem propósito quando Deus é levado em conta. E quando Deus é levado em conta Ele toca tudo de forma gloriosa. E nós sorrimos, porque não há outro jeito melhor para se viver. Essa é uma razão para se viver, a maior de todas elas. Assim, nada que façamos será sem sentido, porque o nosso propósito está além das coisas que vemos. Então, faça tudo que uma pessoa normal faria (as coisas certas) sem sentir peso na consciência de estar vivendo para coisas triviais, porque você não estará. Tudo é para glória de Deus; tudo é para que Ele seja conhecido; tudo é para que as pessoas vejam a Deus através da sua vida como Deus glorioso que dá propósito a tudo.

Por que eu estou vivo?

Não preciso mais temer a pergunta, porque tenho uma boa resposta. E você?

Com amor e alegria,

Via: F. P. Mastrillo

Falta de sentido

Fonte: Paulo Debs