Fardo pesado

Estreando aqui no blog uma charge do André Fernandes, um cartunista muito talentoso e gente fina que tivemos a sorte de conhecer lá no Petar.

André, que Deus continue te abençoando com o dom da criatividade.

Por: André Fernandes

Davi e Golias

No mês de maio, a ‘Folha’ publicou uma reportagem com Dom Moacyr Grechi, 74 anos, arcebispo de Porto Velho e mentor político da senadora Marina Silva.

Na reportagem ele disse que não existe “nenhuma esperança de vitória. Falta nela o perfil de presidente. Mais que perfil, a capacidade de reagir a pressão de todo o gênero. Ela é muito frágil para aguentar”.

Desde 1974, Dom Moacyr faz declarações a respeito de Marina dizendo que ela tem pouco “jogo de cintura” e que sua fragilidade ficou comprovada quando ela dirigiu o Ministério do Meio Ambiente (2003-2008). “Ela vivia em uma angústia constante.” disse ele.

Em artigo de resposta, também na ‘Folha’, Marina contesta o seu mentor.

Eis o texto dedicado “Ao amado Dom Moacyr”:

“Li na Folha (22/5) sua afirmação de que sou frágil e não tenho perfil para a Presidência da República. No início, fiquei triste. Já tinha ouvido algo parecido do senhor, de forma carinhosa, mas ler assim como está no jornal tem outro peso. Refletindo mais, reconciliei-me com sua mensagem.

Quando ando por aí, muitos me dizem que minha luta é de Davi contra Golias. Então vamos conversar sobre passagens bíblicas, que conhecemos bem. Elas se completam e iluminam o que quero dizer.

Quando Saul terminava seu reinado, Deus mandou o sacerdote e profeta Samuel ungir novo rei entre os muitos filhos de Jessé. O profeta procurou entre os mais belos, os mais fortes e os mais habilidosos, mas Deus descartou todos.

Jessé lembrou então de Davi, o seu filho mais novo, que pastoreava ovelhas. O profeta o achou muito fraquinho, meio esquisito. Mas Deus ordenou que o ungisse rei dos israelitas, porque olhava para o seu coração, e não para a sua aparência.

Foi assim que Davi foi escolhido para ser rei. E logo provou seu valor ao enfrentar Golias, o gigante filisteu, guerreiro acostumado a usar escudo, capacete e armadura e a manejar a espada. O jovem Davi, aparentemente fraco e sem muito preparo para aquele tipo de duelo, ganhou a luta porque não tentou usar a armadura de Saul, que lhe fora ofertada e nem lhe cabia direito. Usou sua própria arma, a funda, e ali colocou a pedra para jogá-la no lugar certo, na testa do gigante.

Assim como o senhor, Dom Moacyr, Samuel era homem corajoso, temente a Deus, preparado para o sacerdócio desde um ano de idade. O senhor é muito importante na minha vida, da mesma forma que Samuel foi na vida de Davi. E está me vendo com olhos cuidadosos, preocupados com circunstâncias que talvez me causem sofrimento.

Mas, como sabe por experiência própria, não podemos ficar presos às circunstâncias. Quando o senhor chegou ao Acre, aos 36 anos, enfrentou os poderosos e ficou do lado de Chico Mendes e de todos os que eram aparentemente fracos e despreparados para enfrentar os gigantes das motosserras.

Como me ensinou, não me intimido com as circunstâncias e procuro me encontrar com o que está no coração de homens e mulheres sinceros, que, como o senhor, buscam fazer o melhor, apesar das dificuldades e riscos. Aprendi com o senhor boa parte dos valores que me guiam, entre eles não vergar a coluna às pressões dos interesses espúrios.

Por favor, meu amado irmão, não me diga agora que esses valores não servem para governar o Brasil e me fragilizam. Tranquilize-se: eles são e continuarão sendo a minha força e a minha funda diante dos desafios, qualquer que seja o tamanho deles”.

MARINA SILVA

Que neste domingo possamos votar consciente pensando no que queremos para o futuro da nação!

Eleições 2010: Aqui o palhaço pode ser você!

(nota: Sei que esse post tem um assunto mais político do que teológico mas devido a essa semana acho pertinente falar disso, mas se preferir outro assunto não se preocupe, as eleições estão acabando rs e fique a vontade para procurar posts de outros temas pelo nosso menu aí em cima)

Você sabe o que um deputado faz? Não?!?!? Mas não vote em alguém que prometeu te explicar depois, já é uma promessa furada de campanha. Acredite!, pior que ta fica! Depende de você.

Creio que é unanimidade de opinião, as eleições no Brasil viraram uma palhaçada, o horário eleitoral virou um show de candidatos bizarros e virou um costume nosso o chamado “voto protesto”. Começou em 88 quanto o casseta e planeta lançou a candidatura do macaco Tião que ficou em terceiro lugar, mas quando implantaram a urna eletrônica não dava mais pra fazer piadinhas não é mesmo? Resultado: voto protesto passou a ser votar no candidato mais bizarro, o folclórico Enéas foi eleito em 2002 nessa onda do voto protesto, o que o povo não sabia é que com isso ele arrastou quase todos os candidatos do PRONA e muitos deles foram envolvidos em escândalos. Devido ao voto protesto uma corja de safados desconhecidos foram eleitos sem o eleitor nem saber, graças ao quociente eleitoral o voto protesto virou arma política.

O que é quociente eleitoral?

Acho que essa charge animada explica tudo rs

Então tenha em mente o voto protesto não protesta nada, você vota no palhaço mas os políticos riem é da sua cara.

E votar nulo adianta??

Ultimamente, correram vários boatos de que o voto nulo seria capaz de invalidar as eleições. No caso, se mais da metade dos eleitores votassem nulo, deveria acontecer um novo processo eleitoral formado por outros candidatos. A premissa dessa hipótese está no artigo 224 do Código Eleitoral, que diz que “se a nulidade atingir mais da metade dos votos do país nas eleições, (…) o Tribunal marcará dia para nova eleição dentro do prazo de 20 (vinte) a 40 (quarenta) dias”.

Para muitos, esse artigo faz com que o voto nulo se transforme não só em uma arma de protesto, mas também em uma forma de se alterar a configuração do cenário eleitoral. Entretanto, de acordo com uma recente interpretação do TSE, essa nulidade só invalida as eleições quando os votos são anulados por causa de alguma fraude que determine sua desconsideração. Por tanto, se mais de cinquenta por cento dos votos dos cidadãos optam pelo voto nulo, prevalece a escolha daqueles que votaram em algum candidato. Dessa forma, quando um alguém vota nulo, ele acaba abrindo brecha para que um candidato ruim acabe vencendo a eleição com um número menor de votos necessários. Votar nulo reduz a chance de não ter segundo turno e se eleger alguém que você não quer.

Então o que adianta???

Votar no que vai ganhar é irracional. O verdadeiro voto útil é no candidato que defende suas idéias. Dá um pouquinho mais de trabalho mas é nossa única arma para melhorar o cenário político brasileiro. Votar conscientemente!

Por quê você ta votando nesse candidato? Você conhece o histórico político dele? Sua transparência? Se tem ficha limpa?

Ou simplesmente resolveu votar por que alguém indicou? Por que estão fazendo campanha dele na sua igreja? Essa semana vi no horário político a propaganda de um deputado (não me lembro qual) que simplesmente olhava para a câmera com tanta expressão quanto Steven Seagal atuando e tocando ao fundo uma musica gospel e mais nada. Ãhn? ok, o que ele vai fazer? quais as idéias dele? Por que RAIOS eu devo votar nele?

 Igreja não vota, não deveria fazer aliança política, nem apoiar candidato, igreja deveria levar seus membros a se conscientizarem politicamente e saber que o voto é uma arma para fazer com que a sociedade melhore. Chego até mesmo afirmar que votar conscientemente é um dever cristão pois o votar por votar contribui para cada vez mais corrupção.

Você se lembra em quem votou nas ultimas eleições? Acompanhou o trabalho do candidato eleito para ver se ele cumpre seu papel para melhorar a sociedade?

Seu voto é uma arma, use-a direito, fazem por aí a propaganda que seu voto não adianta, isto é uma mentira diabólica, adianta sim se informe  e vote consciente, existem meios para isso visite o site da ONG Voto Consciente [Clique aqui para acessar] por exemplo, lá eles tem muitas informações que podem nos ajudar nessa árdua tarefa que é votar conscientemente.

Aproveite esses próximos dias para pensar em quem vai votar e por que, vote em quem você acredita de verdade, se você não quer que a líder nas pesquisas ganhe é só não votar nela se ela não tiver a mais voto que a soma dos outros candidatos teremos segundo turno, então brigue para que quem você realmente acredita esteja nesse segundo turno.

 

Que Deus abençoe

Lucas Lainetti

Eleições: Um crente político ou um político crente?

Com as eleições chegando precisávamos tocar nesse assunto também rs 

Este é um texto retidado do blog do Marcos Botelho 

Pode parecer que é só uma troca de ordem, mas não é, pelo menos não é o que quero dizer. 

Uma coisa é alguém que tem vocação política e é, ou se tornou crente. Outra coisa é alguém que é crente ou até pastor e está se metendo a político. 

Eu sei que, provavelmente, vou receber muitas pedras em forma de recados pelo que vou dizer aqui, mas prefiro votar em um bom político metido em qualquer outra religião, do que votar em um bom crente metido a político. 

O fato de alguém ser crente não o legitima como um bom candidato a um cargo político. E o pior é que está em alta por aí o argumento furado de que por alguém ser pastor, missionário ou apóstolo, tem vantagem sobre os outros, pois será um ótimo futuro vereador ou prefeito. Será? 

Não tem como olhar para a história e achar que um estado cristão possa ser benção para o nosso país. No papel até que seria uma boa idéia, mas estudando de Constantino até a Reforma, lembrando das cruzadas, dos Estados Unidos e suas guerras santas, da discriminação aos protestantes de um século para trás no Brasil e outros diversos exemplos, vemos que nós cristãos temos que garantir um estado laico. Não estou falando necessariamente de um político ateu ou algo parecido. Mas o homem ou mulher que for ocupar um cargo político tem que garantir o direito dos cidadãos independente da sua fé ou a do cidadão que ele esteja representando. 

Por isso, quando vou ver um candidato, tento observar e priorizar dois pontos antes de atentar se ele é evangélico ou não: 

Verifico primeiro se ele é um bom político e não um bom crente, pois não adianta o cara ter uma confissão de fé “boa” e ao verificar o que ele já fez, por onde passou e seu plano de mandato, e perceber que ele é um péssimo político. 

Em segundo lugar, verifico se ele vai priorizar o cidadão e não a minha igreja, pois é muito fácil vermos candidatos pedindo voto, prometendo benefícios para a instituição que você faz parte. Mas temos que lembrar que quem vai pagar o salário dele não são apenas os crentes, mas também os de outros credos e que por isso ele precisa estar representando a todos. 

Ai se por acaso você encontrar dois políticos iguais: com vocação no que faz, com um bom passado, e que está planejando em projetos escritos representar a todos os cidadãos e seus direitos, aí sim, escolha o que confessa a mesma fé que você. Mas não esqueça de dar um “Glória a Deus” e me avisar, pois dois políticos bons desse jeito na mesma cidade é como encontrar uma mosca branca! 

Autor: Marcos Botelho 

Fonte: http://marcosbotelhodojv.blogspot.com/2008/09/um-crente-poltico-ou-um-poltico-crente.html