23/08/2010
por Lucas Lainetti
OS CEGOS E O ELEFANTE
(História do folclore indiano)
Era uma vez seis amigos, todos cegos, que moravam na Índia – terra dos maiores animais da terra, os elefantes. Naturalmente, sendo cegos, os amigos não tinham a menor idéia de como era um elefante.
Um dia, estavam sentados, conversando, quando escutaram um grande urro.
– Acho que está passando um elefante pela rua – disse um deles.
-Então, é nossa chance de descobrir que tipo de criatura é esse tal de elefante – disse o outro.
E foram todos para a rua.
O primeiro cego esticou o braço e tocou a orelha do elefante.
– Ah! – disse para si mesmo-, o elefante é uma coisa áspera, espalhada. É como um tapete.
O segundo cego pegou na tromba.
– “Agora entendi”, pensou. “O elefante é uma coisa comprida e redonda. É como uma cobra gigante”.
O terceiro cego pegou uma perna do elefante.
– Bom, eu jamais iría adivinhar! – espantou-se. – O elefante é alto e forte, igual a uma árvore.
O quarto cego pegou ao lado da barriga do elefante.
– “Agora eu sei”, pensou. “O elefante é largo e liso, como uma parede”.
O quinto cego colocou a mão numa das presas.
– O elefante é um animal duro, pontudo, como uma lança – decidiu ele.
O sexto cego pegou no rabo do elefante.
– Ora, ora! – decepcionou-se. – Pode urrar bem forte, mas esse tal de elefante é apenas uma coisinha igual a uma cordinha fina!
Em seguida, sentaram-se juntos novamente, para conversarem, sobre o elefante.
– Ele é apenas áspero e espalhado, como um tapete! – disse o primeiro
– Não, nada disso: ele é cumprido e roliço, como uma cobra – disse o segundo.
– Não fale uma bobagem dessa! – rui o terceiro. – Ele é alto e forte, como uma árvore!
-Ah, nada disso – resmungou o quarto. – Ele é largo e liso, como uma parede.
-Duro e pontudo como uma lança! Gritou o quinto.
– Fininho e comprido, como uma cordinha – berrou o sexto.
E aí começaram a brigar. Cada um insistia que tinha razão. Afinal, cada um o havia tocado com suas próprias mãos.
O dono do elefante ouviu a gritaria e chegou perto para ver que confusão era aquela.
– Cada um de vocês está certo, mas cada um de vocês está errado também – falou ele.
– Um homem sozinho não consegue saber toda a verdade, só uma pequena parte.
Ontem eu acabei lembrando dessa historinha que ouvi quando era criança, esta fabula contém uma grande verdade sobre o comportamento humano, pegam apenas numa parte, pensam que é o todo, e continuam tolos, mas eu também me dei conta de outras coisas.
A primeira delas é que a Palavra de Deus também é assim, ela é tão vasta e rica, mas se pegarmos apenas uma parte dela e desconsiderarmos o todo, estaremos colocando uma imagem completamente errada na nossa cabeça.
A outra coisa é que quando nós tentamos entender a Deus somos como os cegos tentando entender o elefante. Assim como o elefante era grande demais para que os cegos o entendessem o apalpando, Deus excede todo o nosso conhecimento e não é possível caber em nosso entendimento Ele é grande demais para caber em nossa mente.
Lembrei desse versículo: “… oro para que vocês, arraigados e alicerçados em amor, possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus”.(Efesios 3: 17-19)
Do mesmo jeito que os cegos precisavam estar juntos para entender melhor o elefante, Paulo afirma na carta aos Efésios que ele ora para que eles “juntamente com todos os santos. possam compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento”. Logo, nós devemos estar juntos no amor em Cristo para nos aproximarmos de Deus, não discutindo quem é o dono da verdade mas admitindo que todos somos cegos mas precisamos conhecer a Ele.
Que Deus abençoe
Lucas Lainetti